quarta-feira, 23 de maio de 2012

Meu primeiro exercício com partituras !!! - Tocar por partituras cap.3

Bom, agora que você já teve sua iniciação no domínio do tempo (cap.1) e também já tem uma leve noção sobre leituras em pentagramas (cap.2) podemos praticar um pouquinho né?!!

Não precisa se desesperar não, a primeira coisa é providenciar novamente aquele metrônomo que usou no cap.1

Para facilitar a leitura, vamos criar uma regrinha de cores e alturas da notas, que tal?? Bom no exercício abaixo eu vou começar utilizando a nota DÓ, que está no dó central de seu piano. Para a nota DÓ eu vou associar a cor azul:




Para executar o exercício ao lado você deve programar o metrônomo para 80bpm. Cada batida representa um tempo, e cada nota "azul" ao lado também.



Ou seja, para cada batida do metronômo você deve tocar uma vez a tecla dó, e mantê-la pressionado até que se inicie a outra batida!


Utilize o dedo polegar da mão direita para esta batida. Os dedos tem uma numeração que facilita na hora em que vamos falar de digitação das teclas ao piano:



Assim, de agora em diante ao invés de polegar, dedo mínimo, pai de todos etc. vamos usar os números:


E para deixar mais interessante vamos acrescentar uma nota? O próximo exercício usará os dedos 1 e 2. E as notas Dó e Ré, sendo que os Ré´s eu representarei de laranja!!


Recapitulando, coloque o metrônomo para 80bpm. E com os dedos 1 e 2 da mão direita execute o exercício acima. Você tocará sempre uma nota por tempo, e vai alterar os dedos a cada tempo conforme a pauta acima, vai ficar um dó-ré-dó-ré !!!

Depois altere as velocidade para 60bpm, 120bpm e 160bmp, para sentir a diferença dos andamentos.
busque sempre a igualdade de força ao teclado para que não soe uma nota mais forte que a outra.

A pauta - Tocar por partituras cap. 2

Se você quer saber como tocar por partituras, deve ter em mente o que podemos tirar delas.

As informações mais importantes são: QUE NOTAS TOCAR, e POR QUANTO TEMPO DEVO SEGURAR A TECLA? Estas perguntas são respondidas pela duração da nota e pela altura da nota.
Existem outras informações também, como intensidade, expressão, alterações do andamento, adornos, que serão vistos na sequência.
Vamos observar um pentagrama (conjunto de 5 linhas), e começar a nos familiarizar com esta linguagem musical:

Uma pentagrama (também chamado de pauta) é formado por 5 linhas principais e entre cada linha temos um espaço, que na prática tem a mesma importância das linhas, em cada linha ou espaço estamos representando uma nota musical. A gente chama de ALTURA da nota a posição que ela ocupa na pauta. Quanto mais para cima estiver a figura musical, mais para direita do piano nós vamos. E quanto mais para baixo ela estiver, é mais a esquerda que nosso dedos irão.


Veja por exemplo a pauta abaixo, com uma nota escrita:

Esta nota, é representada por um símbolo que também nos informa o valor da duração desta nota. Que veremos adiante.





Porém não é possível afirmar qual é a nota na pauta acima, isto porque existem várias CLAVES. A clave é a definição de quanto vale uma figura musical (nota) em relação a posição que ela ocupa. A clave que vamos utilizar em nossos capítulos e exercícios por enquanto será a clave de sol.

Vamos considerar a CLAVE DE SOL então:

Agora sim, a segunda linha (contando de baixo para cima) é a linha que corresponde a altura das notas SOL. Por isto a nota da pauta é Sol.  E se a nota estiver escrita no espaço abaixo da linha de sol??

Bom neste caso temos a nota fá:  

Se a nota estiver escrita no espaço acima será a nota Lá, e assim por diante!
Agora que você já compreende o porque cada nota vale o que vale, veja no diagrama abaixo todas as notas do pentagrama com a clave de Sol, e também a relação dela com o teclado do piano:



Muito importante saber que no piano a nota DÓ 3 (C3) é o chamado DÓ CENTRAL. E na pauta, quando utilizarmos a clave de Sol, ele será representado 1 linha abaixo da primeira linha da pauta, exatamente como está na figura acima. O pentagrama pode conter mais linhas (infinitas na verdade) para cima ou para baixo.

O domínio do tempo - Tocar por partituras cap.1

Se você deseja tocar por partituras, ou mesmo que não queira saber das páginas preta e brancas de jeito nenhum, uma coisa é certa: Você deve ter o DOMÍNIO DO TEMPO sempre. Isto porque sem dominar o tempo a música saíra como diriam no popular: fora do compasso. O tempo é o mestre do músico, é ele quem manda, e quem dominar o tempo perfeitamente terá controle total de sua música.

Por convenção, falamos a todo instante em "tempo" durante a música tocada por partituras. Mas afinal; Quanto vale um tempo??

Vamos ser práticos, e dizer para você que um tempo equivale a UMA BATIDA do metrônomo. E em segundos, isto depende de quanto você progamou no aparelhinho, ou de quanto está escrito na partitura. Normalmente falamos de ANDAMENTO quando falamos de tempo.
O metronomo é regulado em função de Bpm. Ou seja, quantas batidas por minuto a gente quer. Isto quer dizer que se temos 120Bpm, teremos 120 batidas por minuto, ou 2 por segundo.


Se a música tiver um andamento de 90Bpm, basta regularmos o metrônomo e pronto, cada batida equivale a 1 Bpm.

Quando a gente tocar, sem ouvir os clicks do metrônomo nós estamos respeitando o nosso metrônomo interno. Você já dever ter visto alguém tocando e batendo o pé no chão de forma compassada?? Esta pessoa está externando o seu metrônomo interno.

Para fazer o primeiro exercício você deve utilizar um metrônomo virtual como este:

METRÔNONO ON LINE

Ou com o metrônomo de seu próprio teclado, tablet, ou smartphone.

Enfim, ajuste o metrônomo para 120. (no caso do online acima basta clicar no circulo ao lado do 120 e pronto!)

Em cada batida do metrônomo você deve pressionar a tecla DÓ de seu teclado.

Agora faça o mesmo para os seguintes andamentos:

80 Bpm
160Bpm
68Bpm
200 Bpm

Então é isto, você está começando a dominar o tempo!! Cada nota que você tocou equivale a um tempo. E a duração deste tempo em segundos depende do andamento selecionado. Porém cada exercício, independente do andamento, foi feito com uma nota por tempo.

Como tocar por partitura ?? Blog O Pianista responde




Meus caros, as partituras são o medo de 9 em cada 10 tecladistas que conheço. A maioria evita ao máximo, mas se perde muito negligenciando este importante recurso para entender e tocar música.
A partitura não nasceu antes da música, na verdade existe música sem pautas sim, o que não existe é o inverso. Isto porque as pautas são apenas uma grande convenção, para universalizar as idéias musicais.

Quero que este espaço do blog sobre partituras seja um lugar agradável, aonde o iniciante se sinta confortável...

Compreender as pautas exige tempo, dedicação e principalmente treino. E vamos trazer aqui exercícios com um bom apelo visual para facilitar este seu contato como o novo mundo dos pontinhos e linhas!!!





Então é isto, bons estudos para quem quer tocar por partituras , sejam bem vindos ao blog O Pianista.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Escala Maior de Sí Bemol

Continuando as escalas de bemóis e seguindo pelo círculo das quartas, vamos pegar o quarto grau da escala anterior (Fá) que tinha apenas um bemol e com esta nota inciar a próxima escala:
Fá - Sol - Lá - Sí b - Dó - Ré - Mí - Fá

Ou seja, vamos construir a escala de Sí bemol:
Síb - Dó - Ré - Míb - Fá - Sol - Lá - Síb 

Observe que tivemos que bemolizar o quarto grau da escala de Sí bemol (em relação a escala anterior) para cumprir a fórmula das escalas maiores e seus intervalos. A escala passa a ter 2 bemóis, sendo a segunda escala estudada das escalas de bemóis.

Assim a escala de Síb é dedilhada da seguinte forma:




Aqui o interessante é que Sí bemol é uma nota "preta", portanto terminamos na M.E com o dedo 2, e começamos na M.D também com o dedo 2. É recomendável que pratique esta escala (assim como as demais) "abrindo" a partir da tecla Bb central com os dedos indicadores na mesma tecla. Assim a mão esquerda desce e a mão direita sobe.

Segue um vídeo com a escala Sí Bemol.





Escala Maior de Fá

Amigos, vamos começar agora com as escalas de bemóis. Até aqui nós vimos as escalas de sustenidos, seguindo o ciclo das quintas. Agora com as escalas de bemóis iremos trabalhar com ciclos das quartas.
A primeira escala de bemóis seria a de Dó Maior, com número de bemóis igual a zero. Como ela já foi descrita nas postagens anteriores vamos direto a escala que tem 1 bemol.

Com vocês a escala de Fá Maior:


Analisando a escala, você começa com o dedo 5 na mão esquerda, da mesma forma que na escala de Dó Maior.  Na mão direita não usamos o dedo 5, fazendo um 1-2-3-4, 1-2-3-4.

Sugiro sempre estudar as escalas de forma ascendente e descendente. Segue um vídeo como o exemplo da escala:

domingo, 13 de maio de 2012

Desenvolvimento Pós Prática (PPI - Post Practice Improvement) - Evolua durante os intervalos de estudo.



Eu sempre percebi que depois que eu faço um estudo no piano, no dia seguinte quando eu vou executar este mesmo estudo ele sai com mais facilidade, o que é normal claro, mas parece que não pelo tempo que eu me dediquei no dia anterior apenas. Mas por um amadurecimento daquele conhecimento no período em que eu não toquei.

O texto abaixo é muito interessante para todos os estudantes de piano, pois tem dicas sobre o PPI (Post Practice Improvement), que explica esta impressão que tenho. Na verdade o PPI é bem mais comum do que imaginamos, e se bem utilizado pode ser um grande aliado, ou um grande inimigo de nosso estudo.

A evolução de aprendizagem no piano resulta de duas formas principais de aprendizagem:
A primeira é mais óbvia, e provém da aprendizagem das notas e movimentos dos dedos, isto resulta em uma melhora imediata. Isto acontece pelos exercícios que você já tem a técnica para tocar. 

A segunda forma é chamada de Desenvolvimento Pós Prática (PPI - Post Practice Improvement no original), que resulta de alterações fisiológicas. Este é um processo lento de mudança, que ocorre ao longo de semanas ou meses, porque requer o crescimento de nervo e células musculares
Portanto enquanto você pratica ao piano, tente utilizar a seguinte metodologia por experiência. Pratique o exercício por 10 minutos, pare com ele e passe a fazer outro exercício, ou algo nada a ver com piano. Retorne ao exercício anterior e após fazer a sequencia por vários dias sua técnica estará a melhorar por si só. Melhor do que se tivesse concentrado várias horas seguidas no mesmo tema. Então quando você se senta ao piano no dia seguinte, percebe que pode tocar melhor ainda do que no final do exercício do dia anterior. Isto é o "Desenvolvimento Pós Prática".

Se você fizer isto apenas por um dia o efeito não é tão grande. No entanto o efeito acumulativo ao longo de meses ou anos pode ser enorme..
Geralmente é mais rentável praticar várias coisas de uma só vez, e deixá-las todas evoluirem ao mesmo tempo (enquanto você não está praticando), do que trabalhar muito duro com um único exercício. Praticar muito tempo um mesmo tema pode prejudicar a sua técnica se levado a um ponto de stress, lesões, ou má postura. Você tem que praticar uma certa quantidade mínima de repetições para o PPI ter efeito, mas como estamos falando de trechos curtos isto deve levar apenas alguns minutos. 

Portanto não se preocupe se você praticar muito, mas não perceber uma melhorara imediata. Isto pode ser normal para certos trechos em particular. Se você já está executando um trecho a um bom tempo, e já não há mais erros a serem corrigidos é hora de parar e deixar o PPI assumir, depois de ter certeza que você fez repetições suficientes para PPI. Além disso, certifique-se de praticar bem relaxado para não criar PPI de movimentos forçados, o que não traria benefício algum. O mesmo vale para fazer o exercício errado, pois irá se passar para o corpo um modo errado de evoluir.

Existem vários tipos de PPI, classificados por exemplo na duração do tempo com o qual o PPI se torna eficaz. Os menores tempos são associados com o condicionamento, como o uso de movimentos  ou músculos que nunca foram utilizados antes. Você percebe claramente isto com o dedo mínimo (5) utilizado nos exercícios de blues por exemplo. São movimentos novos para a maioria dos estudantes de piano na fase inicial.
Tempos intermediários de várias semanas são associados a conexões nervosas novas, e tempo mais longos podem ser associados com o crescimento real de células musculares e  ativação de áreas cerebrais.

Muitos alunos não conhecem as regras para se aproveitar o PPI e dizem que tocam pior no dia seguindo. A maioria deles utiliza incorretamente a prática rápida e lenta. Por isto vamos discutir as regras para a escolha das velocidade de práticas corretas. Qualquer stress ou movimento desnecessário durante o exercício irá comprometer o PPI, pois pode se tornar um mau hábito. O erro mais comum é negar o PPI e deixar o treino (ou seja, parar com o piano por aquele dia) tocando o exercício muito rápido, antes da perfeição prática. A última coisa que você faz antes de sair deve ser o exemplo mais correto e melhor que você pode alcançar. Geralmente se recomenda fazer com baixos andamentos para que o PPI “memorize” a perfeição dos movimentos.
Um outro cuidado é misturar obras que contêm exercícios difíceis/fáceis e rápidos/lento de forma que não haja um número mínimo de repetições. O processo torna o PPI confuso porque mistura numa grande proporção materiais fáceis com um pequena quantidade de difícieis, vários movimentos e alterações de velocidade. Neste caso eu recomendo o seguinte. Treine por trechos, e atinja a perfeição em cada trecho, para o PPI ter um ótimo efeito.
O PPI não é nada de novo, podemos citar três exemplos bem conhecidos: O fisiculturista, o maratonista, e o golfista.
Durante o levantamento de peso, os músculos do fisiculturista não crescem, ele apenas vai de fato perder peso. Mas durante as semanas seguintes, o corpo vai reagir ao estímulo e aumentar os músculos. Todo o  crescimento muscular ocorre após o exercício. Assim o fisiculturista não mede a quantidade de músculo com a quantidade de peso a mais que ele pode levantar no final do exercício, mas em vez disso concentra-se em realizar o exercício que produz o condicionamento adequando. A diferença é que para o piano estaremos desenvolvendo coordenação e velocidade, em vez de força muscular e massa.


Outro exemplo é o maratonista:


 Se você nunca correu um kilometro na sua vida, e tentar fazer pela primeira vez, você pode ser capaz de corre uns 200 metros antes de parar para descansar. Se depois do descanso correr novamente é bem provável que canse antes dos 200 metros. Assim a primeira execução não resultou em nenhuma melhoria aparente. No entanto, no dia seguinte, você poderá ser capaz de correr uns 300 metros antes de se cansar. Isto é Desenvolvimento Pós Prática! 


            Os jogadores de golfe estão familiarizados com o fenômeno no qual eles podem bater bem na bola em um dia e no próximo bater muito mal. Isto porque pegou um mau hábito. Para corrigir eles trocam o taco por um que facilite a jogada, mesmo que há distâncias menores, para restaurar a práticar. A analogia é que tentar tocar peças ou exercícios mais complexos, pode arruinar o PPI se feito da forma errada. E para corrigir devemos deixar a seção de treino do dia praticando algo mais simples, de melhor domínio.







O PPI ocorre principalmente durante o sono. Você não pode reparar um carro em movimento, a maior parte do crescimento e manutenção do seu corpo ocorre enquanto você dorme. Este sono deve ser normal, tipo durante a noite e com todos os seus componentes principais. Os bebês precisam dormir muito porque estão crescendo rapidamente. A melhor prática para o PPI seria tocar a noite, antes de dormir, e rever o exercício pela manhã seguinte. 


Material traduzido, e adaptado por J.Dionatan

Agradecimento ao colega do fórum de teclados: TG Aoshi

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Czerny - Exercício Nº 1

Os exercícios de Carlos Czerny (1791-1857) são famosos pelo mundo todo dentre os mestres do piano, pois desenvolvem agilidade, independência e velocidade, e praticados em muitos conservatórios no Brasil.

O exercício Nº1 irá treinar um pouco a coordenação Mão Direita x Mão Esquerda enquanto o estudante desenvolve a agilidade dos dedos da M.D, principalmente os dedos 4 e 5. Eu recomendo você estudar Czerny em andamentos baixos no início, para distribuir muito bem os tempos da mão direita.


O exercício é praticado com as notas na mão direita é em semi-colcheias, então para cada tempo do compasso serão executado 4 notas, é natural aceleramos algumas notas e adiantarmos outras devido a falta de domínio sobre os dedos de forma igualitária. Por isto os exercícios em velocidade mais baixa valem a pena, para corrigirmos no início estas falhas. Depois aumente de forma gradual a velocidade.

Abaixo o vídeo com uma demonstração do exercício:

 
E para quem quiser comprar a edição completa recomendo a Freenote:

Bons estudos !!!